- Oh, desgraçado! Tens uma ocasião divina! Ela saiu como uma bicha, dizes tu. Bem; escreve-lhe uma carta, que vendo que ela deseja romper, não a queres importunar, e partes. Os teus negócios estão concluídos, não é verdade? Escusas de negar; o Lapierre disse-me que sim. Bem, então sê decente; manda fazer as malas, e livra-te da sarna.
E tomando a esponja, deixava cair grandes golpes de água pela cabeça, pelos ombros, soprando, regalado na frescura aromática.
- Mas também - disse Basílio - deixá-la agora naquela atrapalhação com a criada! No fim é minha prima...
Reinaldo agitou os braços, com hilaridade.
- Esse espírito de família é ótimo! Vai lá, idiota; dize-lhe que és obrigado a partir, os teus negócios, etc., e mete-lhe umas poucas de notas na mão.
- É brutal...
- E caro!
Basílio disse então:
- Olha que também é uma dos diabos, a pobre rapariga apanhada pela criada...
Reinaldo estirou-se mais, e disse com júbilo:
- Estão a estas horas a esgadanharem-se uma à outra!
Recostou-se numa beatitude; quis saber as horas; declarou que estava confortável; que se sentia feliz! Contanto que o John se não tivesse esquecido de frapper o champanhe!
Basílio torcia o bigode, calado. Revia a sala de Luísa de repes verde, a figura horrível de Juliana com a sua enorme cuia... Estariam com efeito a ralhar, a descompor-se? Que pulhice que era tudo aquilo! Positivamente devia partir.
- Mas que pretexto lhe hei de eu dar para sair de Lisboa?
- Um telegrama! Não há nada como um telegrama! Telegrafa já ao teu homem em Paris, ao Labachardie, ou Labachardette, ou o que é, que te mande logo este despacho: "Parta, negócios maus, etc." É o melhor!
- Vou fazê-lo - disse Basílio erguendo-se, muito decidido.