Cruges achou aquele quadro digno de Gustavo Doré. Alencar teve uma bela frase sobre a imaginação dos árabes. Carlos, impaciente, foi-os apressando para diante.
Mas agora Cruges, impressionado, estava com desejo de subir à Pena. Alencar, por si, ia também com prazer. A Pena para ele era outro ninho de recordações. Ninho? Devia antes dizer cemitério... Carlos hesitava, parado junto da grade. Estaria ela na Pena? E olhava a estrada, olhava as árvores, como se pudesse adivinhar pelas pegadas no pó, ou pelo mover das folhas, que direcção tinham tomado os passos que ele seguia... Por fim teve uma ideia.
- Vamos indo primeiro à Lawrence. E depois se quisermos ir à Pena, arranjam-se lá os burros...
E nem mesmo quis escutar o Alencar, que tivera também uma ideia, falava de Colares, de uma visita ao seu velho Carvalhosa; acelerou o passo para a Lawrence, enquanto o poeta tornava a arranjar o atilho da ceroula, e o maestro, num entusiasmo bucólico, ornava o chapéu de folhas de hera.
Defronte da Lawrence, os dois burriqueiros, de cigarro na boca, não tendo podido apoderar-se dos ingleses, preguiçavam ao sol.
- Vocês sabem, perguntou-lhes Carlos, se uma família, que está aqui no hotel, foi para a Pena?...