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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 311

- Além disso, acrescentou, é um horror não ter um quintal, um jardim, onde a pequena possa correr, ir brincar...

- Não é fácil encontrar assim uma casa nas condições desta e com jardim, disse Carlos.

Deu um olhar às paredes, ao estuque enxovalhado do tecto - e lembrou-lhe de repente a Quinta do Craft, com a sua vista de rio, o ar largo, as frescas ruas de acácias.

Felizmente, Maria Eduarda tomara a casa apenas ao mês, e estava pensando em ir passar à beira-mar o tempo que tivesse de ficar ainda em Portugal.

- De resto, disse ela, foi o que me aconselhou o meu médico em Paris, o dr. Chaplain.

O dr. Chaplain? Justamente, Carlos conhecia muito o dr. Chaplain. Ouvira-lhe as lições, visitara-o até intimamente na sua propriedade de Maisonetes, ao pé de Saint-Germain. Era um grande mestre, era um espirito bem superior!

- E tão bom coração! disse ela com um claro sorriso, um olhar que brilhou.

E este sentimento comum pareceu de repente aproximá-los mais docemente: cada um nesse instante adorou o dr. Chaplain: e continuaram ainda falando dele prolongadamente, gozando, através dessa trivial simpatia por um velho clínico, a nascente concordância dos seus corações.

O bom dr. Chaplain! Que fisionomia tão amável, tão fina!... sempre com o seu barretinho de seda... E sempre com a sua grande flor na casaca... De resto, o pratico maior que saíra da geração de Trousseau.

- E Madame Chaplain, acrescentou Carlos, é uma pessoa encantadora... Não é verdade?

Mas Maria Eduarda não conhecia Madame Chaplain.

Dentro o relógio ronceiro começara a bater onze horas. E Carlos então ergueu-se, findando a sua fugitiva, inolvidável, deliciosa visita...

Quando ela lhe estendeu a mão, um pouco de sangue subiu-lhe de novo à face ao tocar aquela palma tão macia e tão fresca. Pediu os seus cumprimentos para Mademoisele Rosa. Depois, à porta, já com o reposteiro na mão, voltou-se ainda, uma vez mais, numa última saudação, a receber o olhar suave com que ela o seguia...

- Até amanhã, está claro! exclamou ela de repente, com o seu lindo sorriso.

- Até amanhã, decerto!

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Capa do livro Os Maias
Páginas: 630
Página atual: 311

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 26
Capítulo 3 45
Capítulo 4 75
Capítulo 5 98
Capítulo 6 126
Capítulo 7 162
Capítulo 8 189
Capítulo 9 218
Capítulo 10 260
Capítulo 11 301
Capítulo 12 332
Capítulo 13 365
Capítulo 14 389
Capítulo 15 439
Capítulo 16 511
Capítulo 17 550
Capítulo 18 605