Parou. Sentia a cadência dos versos à sua volta. Como eram melancólicos!... Poderia ele escrever assim, exprimir daquela maneira a tristeza que ia na sua alma? Havia tantas coisas que gostaria de descrever: a sensação que tivera ao atravessar a Ponte Grattan, por exemplo. Se ele conseguisse voltar àquele estado de alma!
A criança acordou e começou a chorar. O pequeno Chandler largou a página e tentou calar o filho, mas inutilmente. Experimentou adormecê-lo nos braços, mas o choro tornava-se mais forte. Balouçou-o com mais velocidade, enquanto os olhos tentavam ler outra estrofe.
Era escusado. Não podia ler. Não podia fazer nada. Só ouvia o lamento da criança. Era inútil, inútil! Sentia-se prisioneiro para toda a vida. Os seus braços tremiam de fúria e, repentinamente, debruçando-se sobre o rosto do filho, gritou:
- Pára!!!
A criança parou um instante, com um espasmo de pavor, e recomeçou a chorar. Chandler levantou-se da cadeira e principiou a percorrer o quarto de lado a lado, com o filho nos braços. A criança voltou a soluçar; perdia a respiração durante uns quatro ou cinco segundos, e retomava o pranto. As paredes finas da casa reproduziam o som. O pai tentou sossegá-la, mas