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Capítulo 6: Capítulo 6

Página 61

A sala tornava-se cada vez mais quente, e a situação foi-se dificultando. Surgiu o perigo da controvérsia violenta.

O alegre conviva levantou o copo, num brinde à Humanidade, e, depois, abriu significativamente urna janela.

Naquela noite, a cidade usava uma máscara de capital. Os cinco rapazes vaguearam ao longo de Stefen Green, envolvidos por uma ligeira nuvem de fumo aromático. Falavam alto e alegremente, e os casacos flutuavam-lhes sobre os ombros. As pessoas abriam caminho para eles passarem. Na esquina da Rua Grafton, um homem baixo e gordo' ajudava duas senhoras a subir para um carro. O carro deslocou-se, e o gorducho olhou para o grupo dos rapazes.

- André!...

- Olha, é o Farley!...

Seguiram-se torrentes de palavras. Farley era americano. Ninguém sabia ao certo qual a finalidade da conversa. Villona e Riviêre eram os mais barulhentos, mas todos estavam excitados. Subiram para um carro, apertando-se uns contra os outros, no meio de grande risota. Foram conduzidos pelo meio do povo. Tomaram o comboio em Westland Row, e, em poucos segundos - pelo menos assim pareceu a Jimmy - saíam na Estação de Kingstown. O porteiro, um velhote, cumprimentou Jimmy:

- Bela noite, senhor!

Estava uma serena noite de Verão; o porto de mar parecia um espelho negro a seus pés. Aproximaram-se do mar, de braços dados, cantando em coro Cadet Roussel e batendo com os pés todas as vezes que diziam:

- Ho! Ho! Hohé, vraiment!

Meteram-se num barco, remando para o iate do americano. Ali haveria ceia, música e cartas. Villona exclamou convictamente: - É delicioso!...

Na cabina havia um piano. Villona tocou uma valsa para Farley e Riviêre: Farley fazia de cavalheiro e Riviêre de senhora. Depois, improvisadamente, abriram danças de roda. Que divertido!... Jimmy fez a sua parte com vontade; aquilo é que era vida!... Por fim, Farley ficou sem respiração e gritou:

-Parem!

Um criado trouxe uma ceia leve.. Os rapazes sentaram-se em volta da mesa e beberam. Aquilo era a Boémia!...

Beberam pela Irlanda, Inglaterra, França, Hungria e pelos Estados Unidos da América.

Jimmy fez um longo discurso e Villona, sempre que havia uma pausa, exclamava: - Oiçam! Oiçam!...

No fim, quando Jimmy se sentou, ouviram-se muitas palmas. Devia ter sido um belo discurso. Farley deu-lhe umas palmadas nas costas, rindo-se muito alto. Que criaturas joviais!...

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Capa do livro Gente de Dublin
Páginas: 117
Página atual: 61

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 9
Capítulo 3 30
Capítulo 4 36
Capítulo 5 52
Capítulo 6 58
Capítulo 7 63
Capítulo 8 69
Capítulo 9 78
Capítulo 10 86