O Retrato de Dorian Gray - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 100 / 335

Seu irmão devia desembarcar em Melburne, despedir-se delicadamente do capitão e partir imediatamente para as regiões auríferas. Antes duma semana havia de se lhe deparar uma grande pepita de oiro puro, a maior pepita jamais descoberta, e trá-la-ia para a costa numa carroça guardada por seis polícias a cavalo. Os malfeitores atacá-los-iam três vezes e seriam desbaratados com grande morticínio. Ou não... Não iria para as regiões auríferas. Eram lugares horríveis, onde os homens se embriagavam, falavam mal e se matavam uns aos outros nas tabernas. Seria antes um grande lavrador, e uma tarde, ao regressar no seu cavalo a casa, veria a linda herdeira ser raptada por um bandido montado num cavalo negro, correria no seu encalço e salvá-la-ia. Ela, é claro, enamorar-se-ia dele, e ele dela, casariam, regressariam e viriam habitar uma enorme casa em Londres... Sim, havia deliciosas coisas reservadas para limo Mas era preciso que ele fosse bom e que não perdesse a cabeça, ou que não gastasse o dinheiro loucamente. Ela tinha somente um ano mais do que ele, mas conhecia muito melhor a vida. Era também preciso que ele lhe escrevesse por todos os paquetes e que todas as noites rezasse as suas orações antes de se deitar. Deus era muito bom, e velaria por ele.




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