Rezaria também por ele, e daí a alguns anos havia de estar de volta rico e venturoso.
O rapaz escutava-a, enfadado, e não respondia. Confrangia-o deixar a casa.
Todavia, não era só isto o que o entristecia e acabrunhava. Apesar de inexperiente, tinha uma nítida sensação do perigo que corria Sibyl. Aquele janota que lhe andava fazendo a corte podia ter más intenções para com ela. Era um gentleman, e odiava-o por isso, odiava-o por um certo instinto de raça de que ele próprio não dava conta, e que, por isso mesmo, maior domínio sobre ele exercia. Conhecia também a índole fútil e vaidosa de sua mãe, em que via um infinito perigo para a felicidade de Sibyl. Os filhos começam por amar os pais; mais tarde, quando crescidos, julgam-nos; às vezes perdoam-lhes.
Sua mãe! Tinha em mente alguma coisa para lhe perguntar, alguma coisa que durante muitos meses andara congeminando em silêncio. Uma frase fortuita que um dia ouvira no teatro, um murmúrio escarninho que lhe chegara aos ouvidos uma noite, quando esperava à porta do palco, soltara-lhe a rédea a horríveis pensamentos. Recordava-se desse facto como duma chicotada que lhe houvesse retalhado a cara. As sobrancelhas franziram-se-lhe e, num assomo de raiva, mordeu os lábios.