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Capítulo 6: Capítulo 6

Página 107
Sentia que tinha direito a saber... Deviam ter-lho dito antes, se era o que suspeitava. Opressa de medo, sua mãe espiava-o. As palavras caíam-lhe maquinalmente dos lábios. Enrodilhavam nos dedos um lenço de renda em farrapos. Ao baterem seis horas, o filho levantou-se e dirigiu-se para a porta. Voltou-se e olhou para a mãe. Os seus olhos encontraram-se. Nos dela um desesperado fulgor suplicava perdão. Isso enraiveceu-o.

- Mãe, tenho uma coisa a perguntar-lhe.

Ela passeou vagamente os olhos pelo quarto e não respondeu.

- Diga-me a verdade - prosseguiu o rapaz. - Tenho direito a sabê-lo. Era casada com o meu pai?

A velha soltou um profundo suspiro. Era um alívio.

Chegara finalmente o momento terrível, o momento que, durante semanas e meses, receara noite e dia, e, contudo, nenhum terror sentia. Na verdade, para ela, era de certo modo uma decepção. A questão, assim posta, sem rodeios, em termos triviais, reclamava resposta igualmente directa. A situação não havia sido gradualmente encaminhada num crescendo de interesse. Era crua. Lembrava-lhe um mau ensaio.

- Não - respondeu, espantada da brutal simplicidade da vida.

- Meu pai então era um patife? - bradou o rapaz, enclavinhando os punhos.

Ela meneou a cabeça.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 107

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313