Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: Capítulo 9

Página 147
Não sabia que fazer nem que pensar. Finalmente, sentou-se à mesa e escreveu uma carta apaixonada à rapariga que amara, implorando o seu perdão e acusando-se de loucura. Encheu páginas e páginas de palavras desesperadas de mágoa e, mais desesperadas ainda, de sofrimento. Sentimos um certo gozo em nos censurarmos a nós próprios. Quando exprobamos os nossos próprios actos, sentimos que só nós temos o direito de o fazer. É a confissão, não é o padre, que nos absolve. Ao concluir a carta, Dorian Gray sentia-se perdoado.

De repente ouviu uma pancada na porta.

- Meu caro - dizia, da parte de fora, Lord Henry -, preciso de lhe falar. Deixe-me entrar já. Não posso suportar que se feche assim.

Dorian não respondeu. As pancadas redobravam de intensidade. Sim, era melhor deixar entrar Lord Henry e explicar-lhe a vida nova que ia levar, altercar com ele, se tanto fosse necessário, romper com ele, se fosse inevitável romper. Levantou-se dum salto, tapou rapidamente o retrato com o biombo e abriu a porta.

- Sinto tanto, Dorian - disse Lord Henry, ao entrar.

- Mas você não deve pensar muito nisso.

- Quer referir-se a Sibyl Vane?

- Claro que sim - respondeu Lord Henry, sentando-se numa cadeira e descalçando lentamente as luvas amarelas. - É terrível, por um lado, mas você não teve culpa. Diga-me, falou com ela depois de findo o espectáculo?

<< Página Anterior

pág. 147 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 147

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313