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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 146
Seria possível eles materializarem as elaborações da sua alma? Seria possível eles darem realidade aos sonhos da sua alma? Ou haveria alguma outra razão, ainda mais terrível? Estremeceu e teve medo, e, voltando para o divã, ali se deixou ficar estendido, fitando o retrato com alucinado horror.

Uma coisa, porém, sentia que o retrato por ele fizera: advertira-o de quão injusto e cruel havia sido para com Sibyl Vane. Não era tarde demais para recuperar o mal cometido. Podia ainda desposá-la. O seu amor irreal e egoísta cederia a alguma influência mais alta, transmutar-se-ia em alguma paixão mais nobre, e o retrato que dele pintara Basil Hallward seria o seu guia durante a vida, seria para ele o que para uns é a santidade, para outros a consciência e para todos o temor de Deus. Havia ópio para o remorso, havia drogas que adormeciam a sensibilidade moral. Aquilo, porém, era um símbolo visível da degradação do pecado. Era um sinal indelével da ruína a que os homens arrastavam as suas almas.

Bateram três horas, bateram quatro, bateu a meia hora, e Dorian Gray permanecia imóvel. Esforçava-se por juntar os fios escarlates da vida e entretecê-los; encontrar o seu caminho através do sanguíneo labirinto de paixão por meio do qual andava, à toa, vagueando.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 146

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313