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Capítulo 12: Capítulo 12

Página 196

Pois a maravilhosa beleza que tanto fascinara Basil Hallward e muitos outros mais parecia nunca o abandonar. Mesmo aqueles que contra ele tinham ouvido as coisas piores (e de vez em quando corriam por Londres e serviam de pábulo às conversas dos clubes estranhas atoardas sobre a sua maneira de viver), quando o viam, nada podiam acreditar em seu detrimento. Tinha sempre a aparência duma pessoa que o mundo jamais poluíra. Os homens que falavam grosseiramente uns com os outros calavam-se, mal Dorian assomava à porta da sala. Havia na pureza do seu rosto alguma coisa que os afrontava como uma exprobação. Só a sua presença parecia neles evocar a recordação da inocência por eles maculada. A si mesmos perguntavam, espantados, como é que um jovem tão encantador e tão gracioso se não havia deixado envilecer por uma época que era simultaneamente sórdida e sensual.

Muitas vezes, ao regressar duma dessas misteriosas e dilatadas ausências que davam azo a estranhas conjecturas entre os que eram seus amigos ou que julgavam sê-lo, subia furtivamente ao quarto recôndito, abria a porta com a chave que nunca o largava e quedava-se, com um espelho, em frente do retrato que dele pintara Basil Hallward, contemplando ora a cara pintada na tela, já envelhecida e má, ora o belo rosto, radiante de juventude, que lhe sorria no cristal polido.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 196

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313