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Capítulo 12: Capítulo 12

Página 197
A própria acuidade do contraste intensificava-lhe a sensação de prazer. Enamorava-se cada vez mais da sua própria beleza, interessava-se cada vez mais em corromper a sua própria alma. Examinava com minucioso cuidado, e, às vezes, até com monstruoso deleite, os vincos hediondos da testa enrugada ou da boca espessa e sensual, a si próprio perguntando quais eram mais horríveis, se os estigmas do pecado, se os estigmas da idade. Colocava as mãos alvas a par das mãos grosseiras e empoladas do retrato e sorria. Zombava do corpo canhestro e dos membros descaídos...

Momentos havia, à noite, em que deitado, sem dormir, no seu quarto delicadamente perfumado, ou na sórdida sala duma taberna de má nota perto das docas, que, disfarçado e com nome suposto, costumava frequentar, pensava na ruína a que arrastara a sua alma, com mágoa que era tanto mais pungente quanto é certo que era puramente egoísta. Momentos desses, porém, eram raros. Aquela curiosidade da vida que Lord Henry fora o primeiro a espicaçar-lhe, quando estavam sentados juntos no jardim do seu amigo, parecia ir aumentando à medida que ele a ia satisfazendo.

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pág. 197 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 197

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313