James Vane quedou-se no passeio, varado de horror. Tremia dos pés à cabeça. Passados uns momentos, uma sombra negra que se vinha arrastando, cosida com a parede molhada, surgiu em plena luz e acercou-se dele pé ante pé. Sentindo uma mão pousar-lhe no braço, ele voltou-se de repelão. Era uma das mulheres que tinham estado a beber no bar.
- Porque não o mataste? - perguntou-lhe ela, chegando a cara esgazeada à dele. - Eu sabia que era atrás dele que tu ias, quando saíste a correr do Daly. És um tolo! Devias tê-lo matado. É riquíssimo, e é mau, o que se chama mau.
- Não é o homem que eu procuro - respondeu -, e não quero o dinheiro de ninguém. O que eu quero é a vida dum homem! O homem cuja vida eu quero deve ter agora uns quarenta anos. Este pouco mais é do que um rapaz. Graças a Deus, não tenho esse sangue a manchar-me as mãos.
A mulher soltou uma risada amarga.
- Pouco mais é do que um rapaz! - casquinou.
- Ora, homem, há perto de dezoito anos que o Príncipe Encantador fez de mim o que sou.
- Mentes!
Ela alçou as mãos para o céu.
- Juro perante Deus que digo a verdade - exclamou.