O Retrato de Dorian Gray - Cap. 18: Capítulo 18 Pág. 296 / 335

- As grandes coisas é que foram atiradas ao nosso encontro, Gladys.

- Suportámos-lhe o peso.

- Somente até à Bolsa.

Ela abanou a cabeça e exclamou:

- Creio na raça.

- Representa a sobrevivência do impulso.

- Tem progredido.

- Fascina-me mais a decadência.

- E que diz da Arte?

- É uma doença.

- E o Amor?

- Uma ilusão.

- E a religião?

- Uma coisa que a moda inventou para substituir a crença.

- É um céptico.

- Nunca! O cepticismo é o começo da Fé.

- Que é você?

- Definir é limitar.

- Dê-me um rastro.

- Os fios partem-se. Extraviar-se-ia no labirinto.

- Aturde-me. Mudemos de conversa.

- O dono da casa é um assunto delicioso. Há anos puseram-lhe o nome de Príncipe Encantador.

- Ah! não me recorde isso - exclamou Dorian Gray.

- O dono da casa está hoje bastante aborrecido - retorquiu a duquesa, corando. - Creio que ele pensa que o Monmouth casou comigo por princípios puramente científicos, vendo em mim o melhor exemplar que podia encontrar duma borboleta moderna.

- Bem, ao menos espero que ele se não lembrará de lhe espetar nenhum dos seus alfinetes, duquesa - disse a rir Dorian.

- Oh! Basta-me a minha criada, Sr. Gray, para mos espetar, quando está enfadada comigo.





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