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Capítulo 20: Capítulo 20

Página 317

- Porquê?

- Porque, hoje em dia, a gente pode sobreviver a tudo, menos a isso. A morte e a vulgaridade são os dois únicos factos do século XIX que se não podem explicar. Vamos tomar o café na sala de música, Dorian. Tem de me tocar Chopin. O homem com quem minha mulher fugiu tocava Chopin divinamente. Pobre Victoria! Eu gostava tanto dela! A casa está tão só!... Mas a gente até a perda dos piores hábitos lamenta. Talvez até sejam esses os que mais pena nos deixam, fazem parte integrante da nossa personalidade.

Dorian nada disse, mas levantou-se da mesa e, passando para a sala contígua, sentou-se ao piano e pôs-se a passear os dedos, como que ao acaso, pelo marfim alvo e negro das teclas. Quando trouxeram o café, parou e, erguendo os olhos para Lord Henry, disse:

- Henry, ocorreu-lhe alguma vez a ideia de que o Basil tenha sido assassinado?

Lord Henry abriu a boca num grande espanto.

- O Basil era muito popular e usava sempre um relógio Waterbury, Porque é que o haviam de assassinar? Não era suficientemente inteligente para ter inimigos. Tinha, evidentemente, um génio admirável para a pintura. Mas um homem pode pintar como Velasquez e, todavia, ser obtuso ao máximo. O Basil não era, na verdade, nada inteligente.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 317

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313