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Capítulo 20: Capítulo 20

Página 323
Mudou, é claro, mas não na aparência. Desejava que me dissesse o seu segredo. Para reaver a minha mocidade, tudo no mundo faria, excepto fazer exercício, levantar-me cedo ou ser respeitável. Mocidade! Nada há como ela! É absurdo falar da ignorância dos jovens. As únicas pessoas cuja opinião agora escuto com respeito são as mais novas do que eu. Afiguram-se-me marcharem à minha frente. A vida revelou-lhes a sua última maravilha. Quanto aos velhos, a esses contradigo-os sempre. Faço-o por princípio. Se lhes perguntar a sua opinião sobre alguma coisa sucedida ontem, dão-lhe solenemente as opiniões correntes em 1820, quando se usavam gravatas altas, se acreditava em tudo e se não sabia absolutamente nada. Que linda é essa música que está a tocar! Tê-la-ia Chopin escrito em Maiorca, com o mar a chorar em redor da vila e a espuma das ondas a bater-lhe nos vidros? É maravilhosamente romântica. Que felicidade que nos tenha ficado uma arte que não é imitativa! Não pare! Esta noite quero música. Parece-me que você é o jovem Apolo e que eu sou Mársias a escutá-lo. Tenho mágoas, Dorian, que nem sequer você conhece. A tragédia da velhice não está em sermos velhos, mas sim em sermos novos.

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pág. 323 (Capítulo 20)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 323

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313