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Capítulo 20: Capítulo 20

Página 334
Só a sua recordação bastava para lhe estragar muitos momentos de gozo. Fora para ele como que uma consciência. Sim, fora para ele a consciência. Destrui-lo-ia!...

Olhou em roda e viu a faca com que apunhalara Basil Hallward, Limpara-a muitas vezes, até nenhuma nódoa a manchar. Reluzia. Assim como matara o pintor, assim mataria a sua obra e tudo o que ela significava. Mataria o passado, e, quando isso estivesse morto, sentir-se-ia livre. Mataria essa monstruosa figuração da sua alma, e, sem as suas hediondas advertências, viveria, finalmente, em paz. Agarrou na faca e retalhou com ela o quadro.

Ouviu-se, então, um grito e um baque... O grito foi tão horrível na sua angústia, que os criados, assustados, acordaram e acorreram dos seus quartos. Dois sujeitos que passavam em baixo, na Praça, pararam e puseram-se a examinar o grande prédio. Foram à procura dum polícia e trouxeram-no. Tocaram repetidas vezes à campainha, mas ninguém respondeu. A não ser uma luz numa das janelas do último andar, a casa estava imersa em trevas. Passado algum tempo, o polícia retirou-se e foi postar-se num portal vizinho, à espreita.

- De quem é esta casa, senhor guarda? - perguntou o mais idoso dos dois sujeitos.

- Do Sr. Dorian Gray - respondeu o polícia. Olharam um para o outro e afastaram-se, rindo. Um deles era o tio de Sir Henry Ashton.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 334

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313