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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 35
Não esbanje o oiro dos seus dias escutando os enfadonhos, tentando melhorar a sorte dos falhados ou abandonando a sua vida aos ignorantes, ao que é vulgar e rasteiro. São esses os objectivos mórbidos, os ideais falsos da nossa época. Viva! Viva a maravilhosa vida que há em si! Não perca nada! Busque sempre sensações novas! Não tenha medo de nada!... Um novo hedonismo - eis o que ao nosso século é preciso. O senhor poderia ser o seu símbolo visível. Com a sua personalidade nada há que não possa fazer. O mundo pertence-lhe por uma temporada... Quando eu o encontrei, vi que não tinha consciência absolutamente alguma do que realmente é, do que realmente podia ser. Dimanava de' si tamanho encanto para mim, que senti que devia dizer-lhe alguma coisa a seu respeito. Pensei que seria uma coisa terrivelmente trágica vê-lo malbaratar a sua vida. Pois a sua mocidade há-de durar tão pouco tempo - tão pouco tempo... As flores vulgares dos montes murcham, mas vicejam de novo. O codesso estará para o ano tão rútilo como agora. Dentro dum mês haverá estrelas purpúreas nas clematites, e, ano após ano, a noite verde das suas folhas será esmaltada pelas suas estrelas de púrpura. A nossa mocidade, porém, é que nunca reverdece. As pulsações da alegria que em nós palpita aos vinte anos amolentam-se e afrouxam.

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pág. 35 (Capítulo 3)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 35

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313