O Retrato de Dorian Gray - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 51 / 335

Sua mãe também tinha dinheiro. Toda a propriedade de Selby veio a pertencer-lhe, por parte do avô. O avô dele odiava Kelso, considerava-o um reles cão. Era-o, na verdade. Veio a Madrid uma vez, quando eu lá estava. Palavra que me envergonhava dele. A rainha perguntava-me pelo nobre inglês que estava sempre com questões com os cocheiros por causa do dinheiro. Fizeram disso uma história. Estive um mês sem ousar mostrar-me na corte. Talvez tratasse o neto melhor do que os cocheiros.

- Não sei - respondeu Lord Henry. - Penso que o rapaz ficará bem. Ainda não atingiu a maioridade. Tem Selby, bem sei. Ele disse-me. E ... a mãe dele era linda?

- Margaret Devereux era uma das criaturas mais belas que tenho visto, Henry. O que a levou a fazer o que fez nunca eu pude compreender. Podia ter casado com quem quisesse. O Carlington andava doido por ela. Era uma romântica. Todas as mulheres daquela família eram românticas. Os homens eram uns pobres diabos mas as mulheres eram admiráveis. Carlington ajoelhou-se-lhe aos pés. Disse-mo ele mesmo. Ela riu-se dele, e não havia nesse tempo em Londres rapariga que não andasse atrás dele. E a propósito, Henry, falando de casamentos disparatados, que tolice é essa que me contou teu pai de o Dartmoor querer casar com uma americana? Não lhe servem as inglesas?





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