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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 54
Por trás de tudo o que de belo existia no mundo havia sempre alguma coisa trágica. Os mundos tinham de sofrer para a mais modesta flor poder desabrochar... E que encantador era aquele rapaz! Falar-lhe era como que tocar um violino maravilhoso. Respondia a cada vibração do arco... Havia alguma coisa terrivelmente empolgante no exercício da influência... Nenhuma outra actividade se lhe assemelhava. Projectar a nossa própria alma em alguma forma graciosa e deixá-la aí demorar-se por um momento; ouvir as nossas próprias opiniões, as nossas visões intelectuais, reenviadas até nós como um eco, enriquecidas com toda a música da paixão e da mocidade; insinuar noutrem o nosso temperamento, como se fora um subtil ou um estranho perfume; havia nisso um autêntico gozo - talvez o gozo mais grato que nos foi deixado, numa época tão tacanha e vulgar como a nossa, grosseiramente carnal nos seus prazeres e charra nos seus objectivos...

Era, sim, um tipo admirável esse rapaz que, por tão curioso acaso, encontrara no atelier de Basil; ou, pelo menos, podia ser moldado num tipo admirável. Tinha a graça, a imaculada pureza da adolescência, a beleza tal como no-la legaram os velhos mármores gregos. Nada havia que dele se não pudesse fazer.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 54

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313