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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 55
Podia-se fazer dele um titã ou um brinquedo. Que pena que tal beleza estivesse destinada a mirrar-se…

E Basil? Sob o ponto de vista psicológico, que interessante era! A nova maneira na arte, o novo modo de encarar a vida tão estranhamente sugerido pela presença meramente visível de alguém que de tal permanecia absolutamente inconsciente; o espírito silente que habitava as florestas e percorria, invisível, os descampados, mostrando-se subitamente, qual uma Dríade sem medo, porque na sua alma, que a andara buscando, despertara essa prodigiosa visão, única a que se revelam as coisas prodigiosas; as meras formas e os moldes das coisas requintando-se, por assim dizer, e ganhando uma espécie de valor simbólico, como se fossem moldes de alguma outra forma mais perfeita, cuja sombra tornavam real: que estranho era tudo isso!

Recordava-se de algo semelhante na história. Não foi Platão, esse artista do pensamento, que primeiro os analisara? Não foi Buonarrotti que o esculpira nos mármores coloridos duma série de sonetos? No nosso século, porém, era estranho. Sim; esforçar-se-ia por ser para Dorian Gray o que, sem o saber, o jovem fora para o artista que pintara o estupendo retrato. Procuraria dominá-lo - na verdade, já ia em meio. Havia de apropriar-se desse maravilhoso espírito. Havia o seu quê de fascinante neste filho do Amor e da Morte.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 55

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313