Ao lado de Lord Henry achava-se Mrs. Vandeleur, uma das mais antigas amigas de sua tia, uma perfeita santa entre as mulheres, mas tão medonhamente desasada, que lembrava um livro de orações mal encadernado. Felizmente para ele, a dama tinha do outro lado Lord Faudel, inteligente mediocridade de idade meã, calvo como uma declaração ministerial na Câmara dos Comuns, com quem ela conversava daquela maneira intensamente séria que é o erro imperdoável, como ele próprio um dia observara, em que incorrem todas as pessoas deveras boas, e a que nenhuma jamais consegue eximir-se.
- Estamos a falar do pobre Dartmoor, Lord Henry - exclamou a duquesa, acenando-lhe jovialmente com a cabeça. - Parece-lhe que ele sempre casará com essa encantadora rapariga?
- Creio que ela se decidiu a propor-se-lhe, duquesa.
- Que horror! - exclamou Lady Agatha. - Realmente alguém devia intervir.
- Soube de origem fidedigna que o pai dela tem um armazém de secos - disse Thomas Burdon, desdenhosamente.
- Meu tio disse-me que era criador de porcos, Sir Thomas.