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Capítulo 5: Capítulo 5

Página 88
Andava já na faixa da colheita e ainda estava em plena primavera. Pulsavam nele o estro e a paixão da mocidade, mas a sua consciência ia pouco a pouco despertando. Era um prazer observá-lo. Com o seu rosto belo e a sua bela alma era uma criatura admirável. Não importava saber como tudo isso viria a terminar. Era como uma dessas graciosas figurinhas de comédia cujas alegrias nos deixam absolutamente impassíveis, mas cujas mágoas ferem o nosso sentimento de beleza e cujas feridas são como rosas vermelhas.

Corpo e alma, alma e corpo - que mistério! Havia animalismo na alma, e o corpo tinha os seus momentos de espiritualismo. Os sentidos podiam requintar-se e a inteligência podia degradar-se. Quem poderia dizer onde findava o impulso carnal ou começava o impulso psíquico? Que tacanhas eram as definições arbitrárias dos psicólogos ordinários! E, todavia, que difícil era optar entre as afirmações das diversas escolas! Era a alma uma sombra recluída na casa do pecado? Ou existia a alma realmente no corpo, consoante pensava Giordano Bruno? Era mistério a separação do espírito da matéria, e mistério era também a união do espírito com a matéria.

Começou a perguntar a si mesmo se nós poderíamos um dia tornar a psicologia uma ciência tão absoluta, que nos pudesse revelar as mais recônditas molas da vida.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 88

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313