- Minha filha, tu és ainda muito nova para pensares em amor. Demais a mais, que sabes tu desse rapaz? Nem sequer lhe sabes o nome. Tudo isso é muito inconveniente, e, na verdade, na ocasião em que o James vai partir para a Austrália, e em que eu tenho tanta coisa em que pensar, devo dizer-te que devias mostrar um bocadinho mais de consideração. Contudo, como já te disse, se ele for rico...
- Ah! Mãe, mãe, deixe-me ser feliz!
A senhora Vane olhou para ela e, com um desses falsos gestos teatrais que tantas vezes se tornam como que uma segunda natureza, estreitou-a nos braços. Neste momento abriu-se a porta e entrou no quarto um rapazola de cabelo castanho eriçado. Era entroncado, tinha mãos e pés grandes e o seu quê de grosseiro nos movimentos.
Não tinha a delicadeza de maneiras da irmã. Mal se adivinharia o estreito parentesco que os unia. A mãe fixou nele os olhos e amplificou o sorriso. Elevava mentalmente o filho à dignidade dum auditório. Tinha a certeza de que o quadro era interessante.
- Bem podias reservar alguns dos teus beijos para mim, Sibyl - resmungou com bom modo o rapaz.
- Oh! mas tu não gostas de beijos, Jim - exclamou ela. - És um urso terrível! - E, dizendo isto, correu para ele e abraçou-o.
James Vane contemplou com ternura a irmã.