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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 252

- Nenhum homem de bom senso dirá o contrário.

- Ora - prossegui - chegou o momento; como o árbitro da prova final pronuncia a sua sentença, declara tu também qual é, na tua opinião, o primeiro em relação à felicidade, qual é o segundo, e classifica os cinco por ordem, o real, o timocrático, o oligárquico, o democrático, o tirânico.

- O julgamento é fácil - respondeu. - É pela sua ordem de entrada em cena, como os coros, que os classifico, em relação à virtude e ao vício, à felicidade e ao seu contrário.

- Agora, contrataremos um arauto ou proclamarei eu próprio que o filho de Aríston considerou que o melhor e o mais justo é também o mais feliz e que é o homem mais real e que se governa a si mesmo como rei, ao passo que o pior e o mais injusto é também o mais infeliz e sucede que é o homem que, sendo o mais tirânico, exerce sobre si mesmo e sobre a cidade a tirania mais absoluta?

- Proclama tu mesmo - disse ele.

- Acrescentarei que não interessa de modo nenhum que passem ou não passem por tais aos olhos dos homens e dos deuses? - Acrescenta.

- Seja. Eis uma primeira demonstração; vê agora' se esta segunda te parece ter algum valor.

- Qual?

- Se, assim como a cidade está dividida em três corpos, a alma de cada indivíduo o está em três elementos, a nossa tese admite, parece-me, outra demonstração.

- Qual é ela?

- Ei-la. Visto que há três elementos, parece-me que há também três espécies de prazeres próprios de cada um deles e igualmente três ordens de desejos e de mandamentos.

- Como explicas isso? - perguntou.

- Digamos que o primeiro elemento é aquele pelo qual o homem conhece e o segundo aquele pelo qual se irrita; quanto ao terceiro, como tem muitas formas diferentes, não pudemos encontrar para ele uma denominação única e apropriada e designámo-lo pelo que há de mais importante e predominante nele; chamámos-lhe concupiscível, por causa da violência dos desejos referentes ao comer, ao beber, ao amor e aos outros prazeres semelhantes; também o considerámos amigo do dinheiro, porque é sobretudo por meio do dinheiro que se satisfazem estas espécies de desejos,

- E tivemos razão.

- Ora, se acrescentássemos que o seu prazer e o seu amor estão no ganho, não estaríamos em condições, tanto quanto possível, de nos apoiarmos na discussão sobre uma noção única que o resume, de modo que, sempre que falássemos deste elemento da alma, víssemos claramente o que é?

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Capa do livro A República
Páginas: 290
Página atual: 252

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 45
Capítulo 3 71
Capítulo 4 102
Capítulo 5 129
Capítulo 6 161
Capítulo 7 189
Capítulo 8 216
Capítulo 9 243
Capítulo 10 265