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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 29

— E nós dizemos que os artesãos ganham salário porque acrescentas à sua arte a do mercenário.

Reconheceu-o a custo.

— Portanto, não é da arte que exerce que cada um retira esse proveito que consiste em receber um salário; mas, examinando-a com rigor, a medicina cria a saúde e a arte do mercenário dá o salário, a arquitectura edifica a casa e a arte do mercenário, que a acompanha, dá o salário, e assim todas as outras artes: cada um trabalha na obra que lhe é própria e aproveita ao indivíduo a que se aplica. Mas, se o salário não se lhe acrescentasse, tiraria o artesão proveito da sua arte?

— Não o creio — disse ele.

— E deixa de ser útil quando trabalha gratuitamente?

— A meu ver, não.

— Então, Trasímaco, é evidente que nenhuma arte e nenhum comando provê ao seu próprio beneficio, mas, como dizíamos há momentos, assegura e prescreve o do governado, tendo em vista a vantagem do mais fraco e não a do mais forte. É por isso, meu caro Trasímaco, que eu dizia há pouco que ninguém aceita de bom grado governar e curar os males dos outros, mas que se pede salário, porque aquele que quer exercer convenientemente a sua arte não faz e não prescreve, na medida em que prescreve segundo essa arte, senão o bem do governado; por estas razões, é preciso dar um salário aos que aceitam governar, seja dinheiro, honra ou castigo, se se recusarem.

— Que queres dizer com isso, Sócrates? — perguntou Gláucon. — Com efeito, conheço os dois salários, mas ignoro o que entendes por castigo dado à guisa de salário.

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Capa do livro A República
Páginas: 290
Página atual: 29

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 45
Capítulo 3 71
Capítulo 4 102
Capítulo 5 129
Capítulo 6 161
Capítulo 7 189
Capítulo 8 216
Capítulo 9 243
Capítulo 10 265