Abrahams permitiu-me que o conduzisse ao primeiro andar.
Estava aqui servida uma refeição para ele, e honrou-a amplamente.
Quanto à misteriosa maleta, levou-a consigo e colocou-a debaixo da cadeira enquanto comia.
Foi só quando a mesa foi levantada e ficámos sozinhos que abordou o objecto da sua viagem.
- Pelo que me disseram - começou projectando o fumo do charuto -, o senhor necessita de ajuda para prover esta casa de um fantasma.
Confirmei a exactitude da sua suposição, ao mesmo tempo que acompanhava com espanto o seu olhar móvel, que percorria toda a divisão.
Dir-se-ia que fazia o inventário do seu conteúdo.
- E não encontrará ninguém que se ocupe melhor deste assunto do que eu, tanto posso dizê-lo como não dizê-lo. prosseguiu o meu interlocutor. - Que disse eu ao jovem que veio procurar-me ao Bar do Cão-que-coxeia? "O senhor pode ocupar-se disto?", perguntou-me ele. "Basta-lhe experimentar-me a mim e à minha mala, que eu me ocupo. Faça apenas uma experiência comigo." Impossível ser mais directo.
O meu respeito pelos talentos de Jack Brocket nos negócios começou a ganhar grandes proporções.
Parecia realmente ter-se desempenhado da incumbência de uma forma espantosamente hábil.
- Não quer dizer com isso - sugeri eu desconfiado -,' que transporta fantasmas nas malas?
Mr. Abrahams exibiu o sorriso de superioridade do homem seguro de si.
- Espere - disse. - Indique-me o bom sítio e a hora conveniente; com algumas gotas da essência de lucoptolycuse tirou da algibeira do colete um frasquinho - verá que estou à altura para qualquer tipo de fantasmas. O senhor mesmo os verá e escolherá aquele de que precisar. Não posso falar mais directamente do que isto.
Todas as asserções de Mr.