O Sinal dos Quatro - Cap. 12: 12 - A Estranha História de Jonathan Small Pág. 115 / 133

»«Jura, então», disse ele, «pela alma do seu pai, pela honra da sua mãe, pela cruz da sua fé, que não levantará um dedo nem falará uma palavra contra nós, quer agora, quer depois?»

»«Juro», respondi, «desde que o forte não corra perigo» »«Então, eu e o meu camarada juramos-lhe que ficará com um quarto do tesouro. Vamos dividi-lo em partes iguais entre nós quatro»

»«Mas só somos três», disse eu.

»Não. Dost Akbar tem de receber uma parte. Podemos contar-lhe a história enquanto esperamos por eles. Fica no portão, Mahomed Singh, e dá sinal quando chegarem. A coisa é a seguinte, e conto-lhe porque sei que fizemos uma jura sagrada e que posso confiar em si. Se fosse um hindu. mentiroso, mesmo que jurasse por todos os seus falsos deuses, a faca não deixaria de ficar manchada com o seu sangue, e o seu corpo seria lançado ao rio. Mas os Sikhs conhecem os Ingleses, e os Ingleses conhecem os Sikhs. Ouça com atenção o que vou dizer,»

»«Nas províncias do norte há um rajá que é muito rico, ainda que as suas terras sejam pequenas. Herdou muita coisa do pai e ainda mais conseguiu-o ele, pois é um homem sem escrúpulos e, além disso, acumula o seu ouro mais do que o gasta. Quando rebentaram os motins, quis ficar de boas relações tanto com o leão como com o tigre - com os soldados hindus e com os ingleses. Cedo, porém, lhe pareceu que chegara o fim dos homens brancos, pois por todo o lado só ouvia falar da sua morte e derrota. No entanto, como era um homem cauteloso, fez planos para que, acontecesse o que acontecesse, ficasse com pelo menos metade do seu tesouro. O ouro e a prata guardou-os nas caves do palácio, mas as pedras preciosas e as melhores pérolas pô-las num cofre de ferro, entregando-o a um servo fiel que, disfarçado de mercador, o devia levar para o forte de Agra.





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