O Sinal dos Quatro - Cap. 12: 12 - A Estranha História de Jonathan Small Pág. 117 / 133

As jóias ficarão tão bem nas nossas mãos como nos cofres do regimento. Haverá o suficiente para nos tornar homens muito ricos. Ninguém ficará a saber, pois aqui estamos isolados de toda a gente. Não poderia haver melhores condições. Diga lá, sahib, se está do nosso lado ou se temos de o considerar um inimigo..

»«Estou do vosso lado de alma e coração», respondi. »«Está bem», retorquiu ele, entregando-me a minha arma. «Vê que confiamos em si, pois o seu juramento, tal como o nosso, não é para ser quebrado. Agora só temos de esperar pelo meu irmão e pelo mercador.»

»«Mas o seu irmão sabe o que vamos fazer?», perguntei.

»«Foi ele que planeou tudo. Vamos ter com Mahomet Singh ao portão..

»A chuva continuava a cair, pois estávamos no princípio da estação húmida. No céu deslizavam espessas nuvens cinzentas. Pouco se via à nossa frente. Diante do portão havia um fosso profundo, mas alguns sítios estavam secos, e atravessava-se facilmente. Era estranho para mim estar ali, com aqueles dois punjabees (nativos da província indiana da Punjab), à espera de um homem que caminhava para a sua própria morte.

»De repente, avistei a luz velada de uma lanterna do outro lado do fosso. Desapareceu, por trás dos montes de terra do fosso, e depois surgiu de novo, aproximando-se lentamente de nós.

»«Vêm aí!», exclamei.

»«Pergunte quem é, sahib, como é costume», sussurrou Abdullah. «Não lhes meta medo. Mande-os entrar connosco, e nós tratamos do resto, enquanto fica de guarda. Esteja preparado para descobrir a lanterna para vermos se é realmente o nosso homem.»

»A luz continuava a avançar, parando por vezes, até que consegui ver dois vultos do outro lado do fosso. Deixei-os descer o terreno inclinado, chapinhar na lama e aproximar-se um pouco mais do portão, antes de os interpelar. »





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