- Um depoimento notável - observou Sherlock Holmes. - Um desfecho adequado para um caso extremamente
interessante. Não há nada de novo para mim na última parte da sua história, excepto o facto de ter trazido uma corda sua. Isso não sabia. A propósito, julgava que Tonga perdera todos os seus dardos; no entanto, atirou-nos um no barco.
- Tinha-os perdido todos, sim senhor, excepto um que ficara dentro do canudo.
- Ah, claro - disse Holmes. - Não tinha pensado nisso.
- Há mais alguma coisa que queira saber? - perguntou o condenado afavelmente.
- Creio que não, obrigado - respondeu o meu companheiro.
- Bem, Holmes - disse Athelney Jones -, não o queria contrariar, sabemos que é um grande especialista do crime; mas o dever está acima de tudo. Já fui muito longe ao satisfazer os pedidos que você e o seu amigo me fizeram. Sentir-me-ei mais à vontade quando o nosso contador de histórias estiver bem seguro atrás das grades. A carruagem está à espera, e há dois inspectores lá em baixo. Agradeço-lhes muito o vosso auxílio. Claro que vão ser chamados a depor no julgamento. Muito boa noite.
- Boa noite, senhores - despediu-se Jonathan Small.
- Passe você primeiro, Small - disse o cauteloso Jones, ao saírem da sala. - Tenho de ter cuidado para que não me dê com a perna de pau, como fez ao homem das ilhas Andamão.
- Bem, chegámos ao fim do nosso pequeno drama - observei, depois de termos ficado algum tempo a fumar em silêncio. - Receio que tenha sido a última investigação em que tive oportunidade de estudar os seus métodos. A Menina Morstan deu-me a honra de me aceitar como futuro marido.