O Sinal dos Quatro - Cap. 5: 5 - A Tragédia de Pondicherry Lodge Pág. 40 / 133

A nossa companheira afagou-lhe a mão magra, gasta pelo trabalho, e murmurou algumas palavras de consolação que devolveram alguma cor ao rosto pálido daquela mulher.

- O patrão fechou-se lá dentro e não me responde - explicou a governanta. - Estive todo o dia à espera que me chamasse, pois muitas vezes ele gosta de estar sozinho; mas tive medo que se tivesse passado qualquer coisa má e, há uma hora, subi lá acima e espreitei pelo buraco da fechadura. Tem de lá ir, Sr. Thaddeus... Tem de lá ir e ver por si próprio. Já vi muitas vezes, durante dez anos, o Sr. Bartholomew Sholto triste e alegre, mas nunca com uma cara como agora.

Sherlock Holmes pegou na lanterna e foi à frente, pois os dentes de Thaddeus Sholto batiam como castanholas. Tremia tanto que tive de lhe segurar o braço, ao subirmos as escadas, pois quase que não se sustinha nas pernas. Enquanto subíamos, por duas vezes Holmes tirou a lupa do bolso para examinar cuidadosamente algumas marcas que me pareciam ser meras manchas de poeira sobre a passadeira da escada. Caminhava lentamente, degrau a degrau, segurando a lanterna junto ao chão e lançando olhares penetrantes à esquerda e à direita. A Menina Morstan ficara para trás com a assustada governanta.

O terceiro lance de escadas terminava num corredor, com um certo comprimento, uma tapeçaria indiana do lado direito e três portas do lado esquerdo. Holmes avançou do mesmo modo lento e metódico, enquanto o seguíamos de perto, projectando-se atrás de nós, sobre o chão do corredor, grandes sombras negras. A porta que procurávamos era a terceira. Holmes bateu sem receber qualquer resposta, tentando então rodar a maçaneta e abri-la. Mas estava fechada por dentro.





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