Um dia, estava eu à janela, e vi passar a minha mãe com a filha mais nova. Retirei-me, quando ela me ia acenar com a mão; mas ficaram-me os olhos na criança, e escondi-me a chorar. O barão encontrou-me a enxugar as lágrimas; contei-lhe a causa; e ele, querendo consolar-me, disse-me que a minha mãe e irmãs estavam vivendo fartas e com decência à minha sombra, e acrescentou que, enquanto eu me portasse bem, não lhes faltaria nada. Pedi-lhe que me deixasse ter na minha companhia a mais nova das minhas irmãs. Não quis, nem mesmo concedeu que ela me visitasse alguma vez. Ora isto, e muitas outras contradições que fazem o desgosto da vida íntima, conseguiram desvanecer pouco e pouco a amizade que eu cheguei a dar-lhe, mais por amor da piedade com que me tratou na minha pobre casa que pela opulência com que me tinha na sua. Entrei a pensar no modo de me resgatar do cativeiro; porém, não via nenhum que não fosse aumentar o meu infortúnio.
Lembrei-me de ir para uma terra da província ensinar meninas; mas eu escrevia tão mal, e lia tão pouco, que de certo me rejeitariam.