Gente de Dublin - Cap. 2: Capítulo 2 Pág. 24 / 117

Depois de ter bebido, Gallaher pousou seu copo e sacudiu negativamente a cabeça.

- Não há perigo, rapaz. Não me quero enforcar tão cedo, quero aproveitar a vida.- Um dia o farás - disse o pequeno Chandler calmamente.

Gallaher voltou-se subitamente para o amigo.

- Achas que sim? - Perguntou.

- Enforcar-te-ás como os outros, se encontrares com quem - repetiu o pequeno Chandler firmemente.

O tom em que falou foi um pouco enfático e percebeu que se havia traído; mas apesar de ter corado, não fugiu ao olhar do seu amigo. Gallaher olhou para ele durante uns momentos e disse depois:

- Se isso alguma vez acontecer, aposto que não será com fantasias. Entendo casar com o dinheiro. Ou a mulher terá urna boa conta no banco, ou não me apanhará.

O pequeno Chandler sacudiu a cabeça.

- O quê, não acreditas? - disse Gallaher com veemência. - Não me conheces. Bastava-me só dizer urna palavra, e amanhã poderia ter a mulher e o dinheiro. Continuas a não acreditar? Pois olha, afianço-te que há centenas - que digo eu? - milhares de alemãs ricas e judias que ficariam radiantes ... Espera um pouco, meu rapaz, e





Os capítulos deste livro