Depois daquilo, Mrs. Donnelly tocou novamente para os filhos, e Joe fez com que Maria bebesse um copo de vinho e em breve estavam todos novamente contentes. Mrs. Donnelly declarou que Maria entraria para um convento antes de acabar o ano, porque havia tirado um livro de orações... Maria nunca vira Joe tão agradável como naquela noite, cheio de atenções e de reminiscências. Agradeceu as gentilezas que todos lhe dispensaram.
Por fim, as crianças ficaram cansadas e sonolentas, e Joe pediu que Maria cantasse uma das velhas canções, antes de se ir embora. Mrs. Donnelly também insistiu, de modo que Maria teve que se levantar e colocar-se ao pé do piano. Mrs. Donnelly fez com que as crianças ficassem quietas e ouvissem a cantiga. Depois, tocou o prelúdio e disse: «Agora, Maria!...» Ela, corando muito, começou a cantar numa voz entrecortada, «Sonhei que vivia», e quando chegou ao segundo verso, repetiu o primeiro:
Sonhei que vivia em salas de mármore, com vassalos e servos a meu lado
e de todos os que aí se reuniam
eu era a esperança e o orgulho.
Possuía riquezas enormes que não podia avaliar,
e também um nome belo e ancestral,
mas também sonhei, e isso me fez [imensamente feliz
que tu me continuavas a querer-me bem como antigamente.
Mas ninguém lhe revelou o seu engano.