O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 67 / 102

Confiante como estou de que aceitarás o meu apelo, sinto um aperto no coração e um tremor nas mãos perante a simples possibilidade da tua rejeição. Imagina-me a esta hora, num local estranho, sofrendo sob as trevas de uma angústia que nenhuma fantasia pode exagerar, e, contudo, ciente de que, se me auxiliares com pontualidade, toda a minha aflição se desvanecerá como um conto acabado de ser narrado. Ajuda-me, meu caro Lanyon, e salva

Este teu amigo, H.J.»

«P.S.: Já tinha selado esta carta quando um novo terror se abateu sobre a minha alma. É possível que o correio me escape e que esta carta só chegue às tuas mãos amanhã de manhã. Nesse caso, caro Lanyon, satisfaz o meu pedido à hora que achares mais conveniente, ao longo do dia; e, mais uma vez, espera pelo meu mensageiro à meia-noite. Então, poderá já ser tarde demais; se essa noite passar sem que algo aconteça, podes estar certo de que nunca mais verás o Henry jekyll.»

Ao ler esta carta, fiquei com a certeza de que o meu colega enlouquecera; mas, até que isso ficasse provado sem deixar qualquer sombra de dúvida; senti-me constrangido a agir conforme me pedia. Quanto menos entendia toda esta bagunça, menos me sentia em posição de ajuizar da sua importância; e um apelo tão explícito não podia ser desprezado sem uma séria responsabilidade. Por conseguinte, levantei-me da mesa, meti-me numa sege e segui directamente para a casa de Jekyll. O mordomo aguardava a minha chegada; recebera pela mesma remessa de correio que eu uma carta registada com instruções e mandara imediatamente chamar um serralheiro e um carpinteiro.





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