Demorei-me apenas um momento diante do espelho: a segunda e conclusiva experiência ainda tinha de ser tentada; ainda faltava confirmar se eu perdera a minha identidade, sem a possibilidade de redenção, e tinha de fugir, antes do alvorecer, de uma casa que já não era minha; voltei apressadamente ao gabinete, onde mais uma vez preparei e ingeri a bebida, sentindo novamente as agruras da dissolução e assumindo o carácter, a estatura e o rosto de Henry Jekyll. Nessa noite, chegara à encruzilhada fatal. Se tivesse abordado a minha descoberta com um espírito mais nobre, se tivesse arriscado a experiência quando estava sob o domínio das aspirações generosas ou piedosas, tudo deveria ter-se passado de outra forma e, destas agonias da morte e do nascimento, eu teria surgido como um anjo e não como um vilão.