Camões - Cap. 8: CANTO OITAVO Pág. 136 / 177

IX

Tenro inocente

Vestiu manto real o quinto Afonso:

Nas virtudes de Pedro achou tutela

Sua idade inexperta. Ingrato e feio

Caso, digno das torres de Bizâncio,

Viram de Alfarrobeira infames plainos

Roxos do sangue das civis discórdias.

Toda a tua glória, vitorioso Afonso,

Esse apelido insigne que hás tomado

Ao destruidor da desleal Cartago,

Nódoa tão negra à fama te não lavam.

Teu nome, e o de teus pérfidos validos,

Todo o bom português detesta. - Esconde,

Esconde, Afonso, a púrpura sanguenta

Traz a glória imortal que resplandece

D’em torno ao filho teu. Se há i rei justo

Rei cidadão, monarca magistrado,

Rei que obedeça à lei, que a guarde ao povo,

Que o ceptro, vara augusta de justiça,

Equilibre entre grandes e pequenas,

Puna opressores,





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