escrava:
Fernando expira em tenebrosos cárceres;
Vive porém seu nome e claro brilha
Para glória da pátria, e eterno opróbrio
De príncipes covardes que hão descido
A ignorado sepulcro em leitos d’ouro.
VIII
Glorioso João, foi teu reinado
Alto começo à lusitana glória
Que, do extremo ocidente, a longes terras,
A mundos novos, mares não sabidos
Triunfante correu. - Jamais no mundo
Se viu trono real assim rodear-se
De generosa prole. Não se acoitam
Molemente na púrpura paterna
Os filhos de João, nem se crêem grandes
Em torpe ociosidade vegetando
À sombra do diadema que em suas frentes
Descuidadas não pesa: - Henrique o grande,
O sábio Henrique, o protector filósofo
Das ciências que honrou; Fernando, o santo
Mártir da pátria; Pedro, o virtuoso
Legislador e justo; João, o austero,
Alma romana em coração de Luso,
E Duarte, o pacífico, o piedoso
Que tão breve reinou.