O Garimpeiro - Cap. 1: I- A FAZENDA Pág. 4 / 147

No meu tempo, ah! Sinhazinha! Se Vmcê visse! Que bonitas cavalhadas não se corriam aqui e no Araxá! Era um gosto! Hoje isto já não presta para nada. Que é dos corredores de fama que então havia? Já morreu tudo. Agora isso há-de ser alguma coisa à-toa.

- Estás enganada, Joana, estas vão ser muito boas. Aquele moço que aqui passou outro dia, não te lembras? Aquele moço alto, de cabelo preto e anelado...

- Ah! Já sei... O Sr Elias, aquele moço de Uberaba...

- Isso mesmo, Joana; ele também vai correr, e pediu a meu pai o cavalo rosilho.

- Oh! Aquele sim, que bonito cavaleiro não há-de ser! É um mocetão sacudido e muito bem parecido.

- Não achas, Joana, que é um moço bem bonito? Eu também gostei muito dele.

- É um figurão, e parece ser muito boa pessoa. É pena ser tão pobre.

- Quem te disse que ele é pobre? Você o conhece?

- Eu não; mas está se vendo, sinhazinha; nem um pajem, nem um camarada... ele só com seu cachorro, sua espingarda e sua mala na garupa... então gente rica anda assim?

- Ora, isso não quer dizer nada; há muita gente rica que anda assim por gosto.

- Não creia nisso, minha sinhá; está-se vendo que ele é mesmo pobre. Quem sabe se mesmo o cavalo em que anda não é emprestado!

- Arre lá! Joana – replicou a moça com um sorriso que não disfarçava o seu enfado. -também que nos importa que ele seja pobre ou rico; entretanto eu duvido que nessas cavalhadas apareça um cavaleiro mais bem feito e mais bonito.

- Ah! Sinhazinha! Está me parecendo que Vmcê. Ficou... não quero falar... não; Deus me defenda.

- Ficou o quê?... Joana; fala...

- Sinhazinha, não fica zangada com sua negra?

- Não, podes falar sem susto.

- Ficou mordida...

- Mordida! Não entendo.

- Pois se não entende,





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