Com esta informação, manda avançar a sua legião, armas prontas e em formação de batalha. Então, de repente, a um sinal dado, surgindo de todos os lados, as tropas apoderam-se das elevações. Nessa altura, Germanos e cavaleiros, vendo as insígnias das legiões, redobram de vigor; de uma só vez todas as coortes se lançam de todos os lados e, massacrando ou aprisionando todos os inimigos, apoderam-se de um grande saque. O próprio Drappés é feito prisioneiro neste combate.
XXXVII - Canínio, depois deste assunto tão felizmente conduzido, quase sem que tivesse um ferido, volta ao cerco da praça; e, desembaraçado o inimigo exterior, cujo receio até então o impedira de dispersar os seus postos e de concluir a sua linha de circunvalação, ordena que em toda a parte se apressem os trabalhos. No dia seguinte, Caio Fábio chega com as suas tropas e encarrega-se de sitiar um lado da praça.
XXXVIII - César, entretanto, deixa o seu questor Marco António com quinze coortes no país dos Belóvacos, para tirar aos Belgas todo o meio para tentarem ainda uma revolta. No que lhe cabe vai ver os outros Estados, exige um maior número de reféns, tranquiliza com consoladoras palavras todos os espíritos invadidos pelo medo. Chegado aos Carnutes, que como César expôs no anterior livro dos Comentários, foram os primeiros a começar a guerra no seu Estado, e vendo que a consciência do seu erro lhes causava alarmes particularmente vivos, pede, para o entregar ao suplício, Gutruato, principal culpado e autor da guerra. Se bem que este homem não confiasse em nenhum dos seus compatriotas, no entanto, procurando-o com cuidado, depressa o trouxeram ao campo. César, violentando a sua natureza, é obrigado a entregá-lo ao suplício, perante a Imensa concorrência dos seus soldados, que lançavam na sua conta todos os perigos que tinham corrido e todos as perdas que tinham sofrido e foi preciso que fosse açoitado por verdascas até já não dar sinal de vida, e depois entregue ao machado.