XLII - Informado da chegada de César, Ariovisto envia-lhe deputados: «Aceitava, dizia ele, a entrevista anteriormente pedida, uma vez que César estava mais perto e pensava poder ir sem perigo.» César não repeliu este pedido: acreditava que Ariovisto regressava a ideias mais sãs, uma vez que oferecia pelo seu próprio impulso o que primeiro recusara; afagava a esperança de que os benefícios que dele e do povo romano recebera, uma vez conhecidas as suas condições, vergariam a sua tenacidade. A entrevista foi marcada para o quinto dia do corrente. Neste intervalo, foram enviadas frequentes mensagens de uma e outra parte; Ariovisto pediu «que César não trouxesse para a entrevista nenhum homem a pé: receava cair numa cilada; ambos viriam com cavaleiros; de outro modo não iria.» César, que não queria que um pretexto suprimisse a entrevista, mas não ousava entregar a sua salvação à cavalaria dos Gauleses, achou que o mais prático era servir-se dos cavalos dos cavaleiros gauleses e fazê-los montar por soldados legionários da décima legião, em quem tinha a maior confiança, a fim de ter, se preciso fosse, uma guarda tão dedicada quanto possível.