Tal táctica podia triunfar com bárbaros sem experiência, mas sem dúvida que não esperava empregá-la com os nossos exércitos. Quanto àqueles que, para disfarçar o medo, alegavam as suas inquietações quanto ao abastecimento e às dificuldades do caminho, eram bem insolentes com o seu ar de não terem confiança no seu general ou de lhe prescreverem o seu dever. Ele tinha a preocupação destas dificuldades; os Sequanos, os Leucos, os Língones forneciam-lhe trigo; já as searas estavam maduras nos campos; quanto ao caminho, eles próprios o julgariam em breve. Pretendia-se que os soldados não obedeceriam às ordens e não marchariam! Estes ditos inquietavam-no muito pouco; sabia que um exército só se revoltava contra generais infelizes por erro seu ou culpados, por alguma defraudação descoberta, de cupidez. No que lhe dizia respeito, toda a sua vida testemunhava a sua integridade e a guerra contra os Helvécios a sua sorte. Assim faria imediatamente o que queria adiar, e levantaria o campo naquela noite, à quarta vigília, a fim de conhecer o mais depressa possível se era a honra e o dever ou se era o medo que prevalecia entre eles. Em suma, se ninguém o seguisse, ela partiria apenas com a décima legião, da qual não duvidava e que seria a sua coorte pretoriana.» Esta legião era aquela a que César testemunhara mais afecto e cujo valor lhe inspirava mais confiança.
XLI - Como consequência deste discurso, uma maravilhosa transformação se produziu em todos os espíritos, neles fazendo nascer o mais vivo entusiasmo e o mais vivo desejo de combater; em primeiro lugar, a décima legião enviou os seus tribunos militares a prestar graças a César pela excelente opinião que dela tinha e confirmar-lhe que estava inteiramente pronta para combater.