O que foi feito e fez com que um soldado da décima legião dissesse com bastante graça que «César ia muito além das suas promessas, pois tendo prometido fazê-los pretorianos, os armava cavaleiros».
XLIII - Numa grande planície (35) a uma distância quase igual dos dois campos, elevava-se um cabeço bastante extenso. Foi aí que, como combinado, os dois chefes vieram à entrevista. César fez deter a sua legião montada a duzentos passos deste cabeço; os cavaleiros de Ariovisto detiveram-se à mesma distância. Ariovisto pediu que falassem a cavalo e que cada um levasse dez homens consigo. Quando chegou, César usou da palavra para lhe lembrar primeiro os seus favores e os do Senado; «ele fora saudado pelo Senado com o título de rei, com o título de amigo e cumulado dos mais ricos presentes; era, dava-lhe ele a saber, um privilégio que o Senado concedia a poucas pessoas e, habitualmente, por grandes serviços; obtivera estes favores sem título, sem justo motivo para os solicitar, graças à benevolência e à liberalidade do Senado e dele próprio. Demonstrava-lhe ainda quanto eram velhas e quanto eram justificadas as razões da amizade que ligavam os Romanos aos Éduos; quantos senatus-consultos, e quão honrosos, tantas vezes tinham sido feitos a seu favor; como sempre, antes mesmo de terem procurado a nossa amizade, os Éduos exerceram o seu principado sobre a Gália inteira. Era um hábito do povo romano querer que os seus aliados e os seus amigos não só nada perdessem do seu poder, como vissem aumentar o seu crédito, a sua dignidade, a sua consideração: na verdade, quem poderia sofrer que se lhe arrancasse o que eles trouxeram à amizade do povo romano?» Apresentou em seguida os mesmos pedidos de que confiara o mandato aos seus enviados: «não fazer a guerra aos Éduos nem aos seus aliados; restituir os reféns; e, se não podia enviar para suas casas nenhuma fracção dos seus Germanos, pelo menos não consentir que outros atravessassem o Reno.