Gente de Dublin - Cap. 2: Capítulo 2 Pág. 15 / 117

que se aproximava do Corless’s, retomava a agitação primitiva e parou indeciso em frente da porta. Finalmente, abriu-a e entrou.

A claridade e o barulho fizeram-no estar durante uns segundos. Olhou em volta, mas na confusão só distinguia copos verdes vermelhos faiscando. O bar parecia-lhe cheio de gente e sentiu que as pessoas o estavam a observar com curiosidade. Olhou para a direita e para a esquerda (franzindo um pouco a testa, para se dar ares) e viu que ninguém se voltava para o ver. Lá adiante estava Gallaher, encostado ao balcão.

- Viva, Tommy, velho herói, então finalmente aqui estás! O que queres tomar? Estou bebendo uísque, melhor do que o do lado de lá. Soda? Não queres água mineral? Também sou assim, acho que transtorna o aroma. Traga-nos dois meios uísques. Então como tens passado, desde que nos vimos pela última vez? Santo Deus, como estamos a ficar velhos! Achas que estou muito velho? Alguns cabelos grisalhos e poucos no alto da cabeça...

Ignatius Gallaher tirou o chapéu e deixou ver uma grande cabeça, de cabelo cortado quase rente. O seu rosto era pesado, pálido, estava barbeado de fresco. Os seus olhos azulados faziam realçar ainda mais a palidez. Os lábios eram muito longos, sem forma





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