O Retrato de Dorian Gray - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 59 / 335

- Deveras! E para onde vão os americanos ruins quando morrem? - quis saber a duquesa.

- Vão para a América - murmurou Lord Henry. Sir Thomas franziu o sobrecenho.

- Receio que seu sobrinho esteja imbuído de opiniões preconcebidas contra aquele país - disse ele para Lady Agatha. - Percorri-o todo, de lés a lés, em carros postos à minha disposição pelos directores, que em casos tais são duma extrema delicadeza. Asseguro a V. Exe que é altamente educativo visitá-lo.

- Mas temos, na verdade, de ir a Chicago para sermos educados? - perguntou o Sr. Erskine, como quem se lastima. Não me sinto disposto a fazer essa viagem.

Sir Thomas acenou com a mão.

- O Sr. Erskine de Treadley tem o mundo na sua estante. Nós, homens práticos, gostamos de ver coisas, não gostamos de ler o que os livros delas dizem. Os Americanos são um povo interessantíssimo. São absolutamente sensatos. Creio que é esse o seu carácter distintivo. Sim, Sr. Erskine, um povo absolutamente sensato. Asseguro-lhe que os Americanos não fazem disparates.

- Que horror! - exclamou Lord Henry. - Eu posso suportar a força bruta, mas a razão bruta é absolutamente insuportável. Há no seu império algo iníquo. Afronta a inteligência.

- Não compreendo - disse Sir Thomas, corando.





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