- Ah! Henry, as suas ideias aterram-me.
- Não faça caso. Há quanto tempo a conhece?
- Há umas três semanas.
- E onde a encontrou?
- Vou-lhe contar, Henry; mas não faça troça. Afinal de contas, nada disto teria acontecido, se eu o não tivesse encontrado. Você encheu-me dum alucinado desejo de conhecer a vida em toda a sua plenitude. Nos dias que se seguiram ao nosso primeiro encontro, alguma coisa parecia estuar-me nas veias. Quando divagava pelo Parque ou quando descia o Picadily, olhava para todas as pessoas que por mim passavam e a mim mesmo perguntava, com uma curiosidade doida, que espécie de vida elas levavam. Algumas dessas pessoas fascinavam-me. Outras aterravam-me. Havia no ar um doce e subtil veneno. Eu tinha uma paixão pelas sensações...