Ao dobrar a esquina da ruela, havia uma praça cercada por casas antigas que, na sua maior parte, já tinham perdido a elegância original e estavam agora divididas em apartamentos e quartos alugados a pessoas de todos os tipos e ofícios: gravadores, arquitectos, advogados de causas duvidosas e agentes de empresas suspeitas. No entanto, uma das casas, a segunda a contar da esquina, ainda era ocupada por um único inquilino; ostentava um ar de opulência e conforto, e, embora já se encontrasse imersa numa escuridão quase total, foi à sua porta que o Sr. Utterson parou e bateu. Veio abri-la um criado idoso e bem vestido.
- O Dr. Jekyll está em casa, Poole? - perguntou o advogado.
- Vou ver, Sr. Utterson - respondeu Poole, conduzindo o visitante, ao mesmo tempo que falava, ao interior de um amplo e confortável salão, de tecto baixo, decorado com bandeiras, aquecido (ao estilo de uma casa de campo) pela chama viva e brilhante de uma lareira e mobilado com luxuosos armários de carvalho. - Quer esperar aqui, junto ao fogo, ou deseja que acenda a luz da sala de jantar, Sr. Utterson?