Aqui devo falar apenas em termos teóricos, dizendo, não aquilo que sei, mas o que penso ser o mais provável. O lado maligno da minha natureza, para o qual tinha agora transferido o timbre da eficácia, era menos robusto e menos desenvolvido do que o lado benigno, a que acabara de renunciar. Mais uma vez, no decurso da minha vida, que fora, apesar de tudo, em nove décimos uma vida de esforço, virtude e controlo, esse lado maligno fora muito menos exercido e muito menos consumido. Daí o motivo, na minha opinião, por que Edward Hyde era muito mais baixo, franzino e jovem do que Henry Jekyll. Precisamente como o bem brilhava nas feições deste último, o mal estava ampla e visivelmente estampado no rosto do outro. Além disso, o mal (que ainda acredito ser o lado mortífero do homem) deixara naquele corpo uma marca de deformidade e decadência.