O Vale do Terror - Cap. 1: PRIMEIRA PARTE - A TRAGÉDIA DE BIRLSTONE - Capítulo 1 – O Aviso Pág. 10 / 172

Por essa razão, o escocês tributava ao seu colega amador uma afeição e respeito que demonstrava na franqueza com que consultava Holmes em todas as suas dificuldades. A mediocridade nada consegue ver para além dos seus estreitos limites, mas o talento reconhece imediatamente o génio, e Mac Donald era, na sua profissão, suficientemente lúcido para perceber que não se diminuía em procurar o auxílio de quem já sobressaía como único na Europa, tanto pelos dotes mentais como pela experiência. Holmes não era propenso à amizade, contudo mostrava certa simpatia para com o corpulento escocês e sorriu ao vê-lo.

- A que devemos esta visita tão matinal, Mac? Receio que nada pronuncie de bom.

- Se o senhor, Mr. Holmes, dissesse espero em vez de receio estaria mais próximo da verdade - replicou o inspector, com um sorriso significativo - Uma pinga de brandy talvez não fosse mau para atenuar o frio terrível que hoje faz. Obrigado, não fumo. Não posso demorar-me, pois, como sabe, as primeiras horas são preciosas, quando se tem um caso pela frente. Mas...

O inspector calara-se repentinamente e olhava com expressão de profundo espanto para um papel em cima da mesa, Era a folha em que eu escrevera a enigmática mensagem.

- Douglas! - balbuciou. - Birlstone! Que é isto, Mr. Holmes? Parece bruxedo! Onde obteve o senhor esses nomes?

- É uma mensagem criptográfica que o Dr. Watson e eu tivemos ensejo de decifrar. Mas... que há com estes nomes?

O inspector olhou para ambos, alternadamente, com um ar atónito.

- Apenas isto - esclareceu, - Mr. Douglas, da Mansão de Birlstone, foi assassinado, esta manhã, em circunstâncias incríveis!





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