Capítulo 5 – O Inverno Negro Bastou o facto de Mac Murdo ter sido julgado e absolvido para ainda mais aumentar a sua popularidade, junto dos companheiros. Na realidade, era caso ímpar ter um homem, precisamente no mesmo dia da sua filiação na loja, desempenhado uma missão que o levasse à presença de um juiz.
Mac Murdo tinha a reputação de não só ser sociável e jovial, para com OS amigos, mas também irascível quando tentavam humilha-lo, não aceitando um insulto sequer do próprio grão-mestre da Ordem.
Os mais experientes do grupo diziam a seu respeito: «É o homem adequado para um trabalho limpo.» E todos esperavam a oportunidade de vê-lo entrar em acção. Mac Ginty, que já contava com muitos elementos activos com provas dadas, sentia desta vez, que tinha um verdadeiro mastim, pronto a saltar sobre uma presa, mal ele o soltasse da corrente.
Contudo, um pequeno número de membros da loja, entre os quais se destacava Baldwin, tinham começado a odiar Mac Murdo, movidos pela inveja que lhes causava uma tão rápida ascensão. Mas não deixavam também de evitar irritá-lo pois Mac Murdo tão facilmente ria, como estava disposto a lutar.
Por outro lado, o pai de Ettie Shafter já não lhe permitia a entrada na pensão e, embora a jovem estivesse demasiado enamorada para cortar relações com ele, não deixava, contudo, de imaginar o que seria casar-se com um homem que tinha a reputação de assassino.
Certa manhã, após uma noite de insónia, Ettie resolveu ira casa de Mac Murdo para dissuadi-lo de continuar na maléfica organização. Ao entrar na saleta que antecedia o quarto do jovem, viu-o de costas, sentado, a ler uma carta. Aproximou-se, para fazer-lhe uma surpresa, e ficou aterrorizada, quando ele se voltou, bruscamente, com uma mão, agarrara-lhe a garganta e, com a outra, amarrotara a carta.